quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pois é.


O que você nunca vai saber.
Verônica H.

Não pretendo te contar sobre minhas lutas mentais. Você terá nas mãos minha simplicidade e minha leveza, que podem não ser totalmente verdadeiras, mas foram criadas com muito carinho pra não assustar pessoas como você. Não vou ficar falando sobre a complexidade dos meus pensamentos, minha dualidade ou minhas dúvidas sobre qualquer sentimento do mundo. Vou te deixar com a melhor parte, porque eu sei que você merece. Guardo pra mim as crises de identidade e a vontade de sumir. Não vou dissertar sobre minhas fragilidades e minhas inseguranças. Talvez eu te diga algumas vezes sobre minha tristeza, mas só pra ganhar um pouquinho mais de carinho. Ofereço meu bom humor e minha paciência e você deve saber que esta não é uma oferta muito comum.

Se você tivesse chegado antes, eu não teria notado. Se demorasse um pouco mais, eu não teria esperado. Você anda acertando muita coisa, mesmo sem perceber. Você tem me ganhado nos detalhes e aposto que nem desconfia. Mas já que você chegou no momento certo, vou te pedir que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente. Esse é um pedido egoísta, porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo, vou ficar sem chão. Mas por outro lado, posso te fazer feliz também. É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.

Você não precisa saber que eu choro porque me sinto pequena num mundo gigante. Nem que eu faço coisas estúpidas quando estou carente. Você nunca vai saber da minha mania de me expor em palavras, que eu escrevo o tempo todo, em qualquer lugar. Muito menos que eu estou escrevendo sobre você neste exato momento. E não pense que é falta de consideração eu dividir tanto de mim com tanta gente e excluir você dessa minha segunda vida, porque há duas maneiras de saber o que eu não digo sobre mim: lendo nas entrelinhas dos meus textos e olhando nos meus olhos. E a segunda opção ninguém mais tem.

Só eu sei quanta falta você me faz.

Mensagem apagada com sucesso.


Você me irrita fácil, mas eu já te disse milhares de vezes: a raiva não dura mais do que 24 horas. É sempre assim. Eu me irrito, mas antes de chegar aquela mesma hora do dia seguinte, minha raiva... Puff, sumiu.

O problema é que eu nunca tinha experimentado o que era ficar magoada de verdade com algo que você me disse. E foi isso que aconteceu. Mensagens no meu celular com palavras que eu não gostaria de ter lido e que seria melhor se você não as tivesse dito. Não daquela forma. E foi crescendo um sentimento dentro de mim que eu não havia sentido por você até então. Uma mensagem chegava, eu respondia e apagava. E assim foi com todas as seguintes que só serviram para me tirar uma noite de sono. 

As mensagens foram apagadas com sucesso, mas eu queria ter esse mesmo sucesso com a mágoa que eu ainda estou sentindo. 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vou guardar tudo pra mim?

 

"Já passou", 
"vai me achar uma idiota",
"é segredo", 
"pode piorar tudo":
Tantos motivos pra não dizer...  
Mas se não desabafar, vou guardar tudo em mim?" 
(Verônica H.)