segunda-feira, 27 de junho de 2011

Volta rapidinho.

 

Eu sei que é bobagem te escrever, mas o Sol está pra nascer e você está pulando de um pensamento meu para o outro. Tentei te transformar em poesia e guardar numa gaveta, mas sem querer derramei café em cima da folha e desisti dessa tática. Tática ruim, você deve estar pensando. E eu concordo com você, mas quem é especialista em táticas ruins mesmo? Eu. Já que a poesia passou longe de dar certo, estou só desabafando mesmo, mas agora a intenção não é te expulsar daqui. A intenção é só te sentir em mim, te sentir mais perto porque eu estou precisando de um pouquinho de paz e essa paz só você me dava ou me dá, sei lá. Nós ainda somos presente? Eu estava me perguntando isso hoje mais cedo e não surgiu resposta nenhuma na minha cabeça. Só sei que aqui dentro, bem fundo mesmo, tem uma coisa que me implora para te soltar logo e voar pra longe. Mas eu não dou conta! Se eu não estou te agarrando pela barra da calça, eu estou te olhando com os olhos marejados enquanto você vai ali — e volta rapidinho. E quando você fica fora por uns tempos e volta rapidinho, eu sinto uma urgência por você, como se eu tivesse morrido enquanto você estava fora e eu precisasse recuperar o ar logo. Sério mesmo. Mas sabe o que me dói? Saber que se eu quiser pegar minhas asas e voar pra longe — sem voltar rapidinho, igual você faz —, você não vai marejar os olhos e não vai tentar me segurar pela barra do vestido. E eu faço isso com você, sem pensar duas vezes. Faço e refaço. E  te chamo baixinho toda noite antes de dormir. E você vem. Não sei se isso é bom ou ruim, mas você vem. Nunca é pra ficar pra sempre, mas você vem.

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(Desculpem o sumiço, tempos corridos e inspiração baixa!)