Ele estava quieto em um canto.
Ela estava quieta noutro.
Ela se aproximou tristonha.
Ele pensou em recuar, mas continuou onde estava.
Ela roçou as pontas dos dedos pela barba por fazer dele e sussurrou:
"Escuta: me perdoa, me perdoa por ser assim, por ter esse medo absurdo. Mas você não sabe, amor, você não vê. Se eu esticar minhas mãos e te tocar, você vai sentir como eu tremo só de falar sobre isso. Se eu colocar sua mão no meu peito, você vai sentir como meu coração se dispara e para subitamente só de pensar em você. Se você abaixar as mãos um pouco mais, você pode até sentir um pouco das pontadas que meu estômago dá repentinamente só de te observar de longe. Eu sei, menino, eu sou um caos. E eu não queria ser assim. Eu não queria ficar calada de medo só por saber que eu estou submersa numa imensidão que eu desconheço... Ou que eu conheço até demais. Tenho medo do futuro não ser nada do que eu espero. Tenho medo do presente também não ser nada do que parece. Tenho medo de mim. Tenho medo de você. Eu não queria lacrimejar só porque fiquei com ciúmes do seu passado, eu não queria sumir um dia inteiro só porque eu queria que você sentisse minha falta. Eu não queria, mas eu faço essas coisas. Eu faço isso e muito mais. Eu sou ridícula, eu sou um furacão e eu posso destruir tudo, eu sei. E eu já te pedi perdão por ser assim. Mas eu te peço agora que me aceite. Não foge de mim. Atrás de tanta bagunça, tem alguém que nutriu um sentimento absurdo por você, alguém que pode até sentr raiva de você, mas essa raiva nunca supera a vontade de te ter por perto...", ela suspirou.
Os dedos dela já estavam fazendo um movimento automático de sobe-e-desce no rosto dele.
Ele a olhava calmamente.
Ela suspirou de novo.
Ele piscou várias vezes antes de tirar a mão dela de seu rosto.
Ela sorriu aliviada quando ele entrelaçou seus dedos.
"Eu não vou fugir. Eu quero ficar. Não precisa lacrimejar pelo meu passado e nem pelo futuro. Eu sei que o futuro é uma incerteza, mas eu estou aqui agora. Lacrimeje de alegria por saber que eu não tenho medo de você. Eu tenho medo de te perder, mas eu vou ficar. Eu quero você. Só você. Vou continuar onde estou e quando nós vermos, já vou ter ficado a vida inteira", ele disse antes de dar um beijo no canto da boca dela.
E a menina lacrimejou de alegria, fechando os olhos logo em seguida.
"Dorme bem, amor...", eles disseram juntos e viram que a tormenta havia passado.
O furacão havia virado brisa.
E a noite podia, enfim, se encerrar.
Ela estava quieta noutro.
Ela se aproximou tristonha.
Ele pensou em recuar, mas continuou onde estava.
Ela roçou as pontas dos dedos pela barba por fazer dele e sussurrou:
"Escuta: me perdoa, me perdoa por ser assim, por ter esse medo absurdo. Mas você não sabe, amor, você não vê. Se eu esticar minhas mãos e te tocar, você vai sentir como eu tremo só de falar sobre isso. Se eu colocar sua mão no meu peito, você vai sentir como meu coração se dispara e para subitamente só de pensar em você. Se você abaixar as mãos um pouco mais, você pode até sentir um pouco das pontadas que meu estômago dá repentinamente só de te observar de longe. Eu sei, menino, eu sou um caos. E eu não queria ser assim. Eu não queria ficar calada de medo só por saber que eu estou submersa numa imensidão que eu desconheço... Ou que eu conheço até demais. Tenho medo do futuro não ser nada do que eu espero. Tenho medo do presente também não ser nada do que parece. Tenho medo de mim. Tenho medo de você. Eu não queria lacrimejar só porque fiquei com ciúmes do seu passado, eu não queria sumir um dia inteiro só porque eu queria que você sentisse minha falta. Eu não queria, mas eu faço essas coisas. Eu faço isso e muito mais. Eu sou ridícula, eu sou um furacão e eu posso destruir tudo, eu sei. E eu já te pedi perdão por ser assim. Mas eu te peço agora que me aceite. Não foge de mim. Atrás de tanta bagunça, tem alguém que nutriu um sentimento absurdo por você, alguém que pode até sentr raiva de você, mas essa raiva nunca supera a vontade de te ter por perto...", ela suspirou.
Os dedos dela já estavam fazendo um movimento automático de sobe-e-desce no rosto dele.
Ele a olhava calmamente.
Ela suspirou de novo.
Ele piscou várias vezes antes de tirar a mão dela de seu rosto.
Ela sorriu aliviada quando ele entrelaçou seus dedos.
"Eu não vou fugir. Eu quero ficar. Não precisa lacrimejar pelo meu passado e nem pelo futuro. Eu sei que o futuro é uma incerteza, mas eu estou aqui agora. Lacrimeje de alegria por saber que eu não tenho medo de você. Eu tenho medo de te perder, mas eu vou ficar. Eu quero você. Só você. Vou continuar onde estou e quando nós vermos, já vou ter ficado a vida inteira", ele disse antes de dar um beijo no canto da boca dela.
E a menina lacrimejou de alegria, fechando os olhos logo em seguida.
"Dorme bem, amor...", eles disseram juntos e viram que a tormenta havia passado.
O furacão havia virado brisa.
E a noite podia, enfim, se encerrar.