domingo, 1 de julho de 2012

Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios.

"Poucas vezes me senti tão confortável no mundo. E, no entanto, sofria, por antecipação, o grande vazio que seria o resto da minha existência sem ela.
O que acontece é que, quando estou com você, eu me perdôo por todas as lutas que a vida venceu por pontos, e me esqueço completamente que gente como eu, no fim, acaba saindo mais cedo de bares, de brigas e de amores para não pagar a conta. Isso eu poderia ter dito a ela. Mas não disse.

Talvez por saber que era o fim, e a gente nunca se comporta mesmo muito bem nos finais; ou talvez por impotência, desamparo, angústia; e também por covardia, não há vergonha alguma em admitir; talvez por tudo isso, e à falta de um nome adequado para a sensação de impotência que me esmagava, o fato é que desabei. (...) caí num choro convulsivo. Chorei de soluçar e de franzir o rosto e fazer caretas, sem nenhum pudor."

Marçal Aquino

Um comentário:

Literoscópio disse...

Acho que nunca havia lido nada de Marçal Aquino ... gostei deste trecho!

E gostei muito do teu blog, estou seguindo, ficaria muito feliz com uma visita tua no meu: www.moniitorando.blogspot.com