Você jura que não vai a lugar nenhum, mas eu sempre acordo assustada no meio da noite esticando o braço pela cama para me certificar que você está por perto. Passo a mão levemente pelas suas costas e você se vira bruscamente para me dar um beijo sonolento. Eu jurava que te perderia se eu piscasse os olhos, por isso fiquei tempos acumulando lágrimas nos olhos só para observar até onde você ia sem mim, mas chegou um ponto que eu precisei piscar, precisei deixar as lágrimas caírem só para poder correr para o lado oposto por alguns segundos e provar que eu sei sim, seguir meu próprio rumo. Mas pra quê? De alguma forma, meu rumo sempre aponta pro caminho que você marcou com suas pegadas.
Você sempre esquece suas chaves, esquece sua carteira e um livro de cabeceira no meu criado-mudo porque você quer ter certeza que eu aparecerei na sua casa para te devolver. E eu sempre esqueço o meu casaco para ter a mesma certeza também. Sempre que eu desço suas escadas correndo, sinto seu olhar na minha nuca enquanto eu atravesso a rua. Fico me perguntando se seus olhos costumam marejar da mesma forma que os meus. Minhas pernas doem implorando para que eu não me desgrude de você, mas é exatamente isso que eu devo fazer para me certificar que serei sempre sua. Minha forma de ser eterna é te deixando livre.
Tenho medo que você cheire outros pescoços e conheça novos perfumes que sejam melhores que o meu, medo que você queime todos os papéis que eu rabisquei e deixei em cima da sua mesa da cozinha — manchados de lágrimas, cigarros e café. Mas ao mesmo tempo, me encho de coragem ao rever seu rosto. Ao observar minhas folhas empilhadas no canto da sua sala. Você me abraça quebrando em pedacinhos meu orgulho e eu só sei fechar os olhos e mergulhar fundo nesse oceano que é o seu abraço. Seu colo me chama quando eu estou distante, meu colo te chama quando você está distante. Você me diz que rola na cama me procurando quando eu durmo na minha casa e eu digo o mesmo. Mas você tem medo de me perder por me prender demais e eu tenho medo também.
Eu não vou a lugar nenhum. Ainda temos muito para eternizar.
Você sempre esquece suas chaves, esquece sua carteira e um livro de cabeceira no meu criado-mudo porque você quer ter certeza que eu aparecerei na sua casa para te devolver. E eu sempre esqueço o meu casaco para ter a mesma certeza também. Sempre que eu desço suas escadas correndo, sinto seu olhar na minha nuca enquanto eu atravesso a rua. Fico me perguntando se seus olhos costumam marejar da mesma forma que os meus. Minhas pernas doem implorando para que eu não me desgrude de você, mas é exatamente isso que eu devo fazer para me certificar que serei sempre sua. Minha forma de ser eterna é te deixando livre.
Tenho medo que você cheire outros pescoços e conheça novos perfumes que sejam melhores que o meu, medo que você queime todos os papéis que eu rabisquei e deixei em cima da sua mesa da cozinha — manchados de lágrimas, cigarros e café. Mas ao mesmo tempo, me encho de coragem ao rever seu rosto. Ao observar minhas folhas empilhadas no canto da sua sala. Você me abraça quebrando em pedacinhos meu orgulho e eu só sei fechar os olhos e mergulhar fundo nesse oceano que é o seu abraço. Seu colo me chama quando eu estou distante, meu colo te chama quando você está distante. Você me diz que rola na cama me procurando quando eu durmo na minha casa e eu digo o mesmo. Mas você tem medo de me perder por me prender demais e eu tenho medo também.
Eu não vou a lugar nenhum. Ainda temos muito para eternizar.
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