sábado, 10 de setembro de 2011

Dois patinhos fora da lagoa.


Numa conversa casual, minha mãe veio me contar que ontem iria fazer 22 anos de casada com meu pai se eles ainda estivessem juntos... Eu bebi um copo d'água e tentei não pensar nisso e consegui. Até deitar a cabeça no travesseiro. Quando eu estava pegando no sono, me veio uma pergunta em mente: O que leva um amor a se acabar assim?

Eu era criança, mas me lembro de olhar para os discos de vinil dos Beatles, Kid Abelha e tantos outros com pequenos escritos finalizados em um eu-te-amo.
Lembro de espiar pela fresta da porta da sala e vê-los se beijando dançando e aí eles me olhavam, gargalhavam e eu saia correndo.
Lembro das fotos do casamento. Onde é que elas foram parar, meu Deus?
Das alianças douradas.
Lembro das brigas também, é claro...
Lembro daquela rotina gostosa de esperá-lo na porta do trabalho, ganhar um beijo no rosto e depois vê-lo cumprimentando ela carinhosamente.
Lembro até certo ponto...
Mas tem um momento na minha mente que tudo isso se apaga.
E tudo que se passa dentro de mim é aquele dia de agosto de dois mil e sete: nós-vamos-nos-separar.
Eu fiquei triste nesse dia. Chorei... Ô, eu sofri demais. "Acabou, acabou", eu pensava.
Achei que era o fim do mundo.
Mas eu vejo que o amor ainda é eterno. Na memória, em mim e na minha irmã.
Quer prova mais bonita de um amor do que duas filhas tão amadas por duas pessoas tão incríveis?

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