Eu tinha planos incontáveis para nós, você também. Todo aquele clichê de casinha com jardim e filhos sorridentes. Sem nem pensarmos nas impossibilidades. Enquanto eu dava crises pelas minhas dores inexplicáveis de cabeça, você me acalmava pacientemente falando qualquer coisa no escuro que fazia a dor passar devagar, antes que eu percebesse já não estava sentindo dor alguma. O meu melhor remédio sempre foi você, para qualquer dor. Enquanto o Sol explodia lá fora e o mundo me estressava mais do que eu pensava suportar, você dizia do dia de amanhã e eu complementava com minhas frases bobinhas. Sem pressa e com muita calma. Te suspirava vontades insanas e você queria muito realizar cada uma delas, queria mesmo, eu sei que sim. Insanidade sempre me acompanhou, mas aumentei a dose dessa sensação quando sua voz se aproximava. Um tremelique estranho se apossava de mim e eu fingia normalidade, fingia que o coração não disparava, fingia que o mundo não estava rodando só para poder parar o tempo e te ouvir. Seu bocejo alto demais, sua risada baixa demais, seu tom de voz quando você sorri, seu tom de voz quando você se aborrece. Tudo está marcado em mim, por baixo de toda essa casca que eu uso na frente de qualquer um. Ninguém sabe a razão que me faz olhar para o lado e abaixar os olhos de uma forma melancólica, ninguém sabe o que me faz sorrir do nada.
Reviro meu baú de memórias para juntar uma a uma e me perder por horas e horas nessas noites que a insônia não me larga. Você sabe que eu tenho medo de passar a noite sozinha, mas para não te atrapalhar, passo a noite apenas com nossas lembranças. Tenho coragem de dormir de porta fechada, mas não tenho coragem de ficar de olhos abertos no escuro, por isso que eu fecho os olhos e respiro fundo tentando juntar nossos segredos em alguma sequência lógica. Acabo me confundindo com o que nós compartilhamos e o que foi apenas fruto da minha imaginação fértil. Embaralho todos os pensamentos e me pego sorrindo. A madrugada vai avançando e eu continuo pensando, continuo sonhando e pensando em uma forma de te dizer que meu amor é na medida certa para você.
Todas as noites penso nos milhares de encontros e desencontros que nos acompanham desde sempre, penso nos planos e nos bilhetes. Nos presentes e nos sussurros. Mas em uma noite em especial pensei na cabaninha de cobertas enroscadas pelas cadeiras. A cabaninha que a gente nunca fez. Nós nunca juntamos as cadeiras e nem penduramos os lençóis. Nunca retiramos os móveis do quarto e jogamos almofadas e travesseiros no chão para podermos deitar. Nunca mesmo. Só queria te dizer que eu tenho os lençóis, os cobertores, os travesseiros e as almofadas. Está tudo bem guardado te esperando, te juro.
Reviro meu baú de memórias para juntar uma a uma e me perder por horas e horas nessas noites que a insônia não me larga. Você sabe que eu tenho medo de passar a noite sozinha, mas para não te atrapalhar, passo a noite apenas com nossas lembranças. Tenho coragem de dormir de porta fechada, mas não tenho coragem de ficar de olhos abertos no escuro, por isso que eu fecho os olhos e respiro fundo tentando juntar nossos segredos em alguma sequência lógica. Acabo me confundindo com o que nós compartilhamos e o que foi apenas fruto da minha imaginação fértil. Embaralho todos os pensamentos e me pego sorrindo. A madrugada vai avançando e eu continuo pensando, continuo sonhando e pensando em uma forma de te dizer que meu amor é na medida certa para você.
Todas as noites penso nos milhares de encontros e desencontros que nos acompanham desde sempre, penso nos planos e nos bilhetes. Nos presentes e nos sussurros. Mas em uma noite em especial pensei na cabaninha de cobertas enroscadas pelas cadeiras. A cabaninha que a gente nunca fez. Nós nunca juntamos as cadeiras e nem penduramos os lençóis. Nunca retiramos os móveis do quarto e jogamos almofadas e travesseiros no chão para podermos deitar. Nunca mesmo. Só queria te dizer que eu tenho os lençóis, os cobertores, os travesseiros e as almofadas. Está tudo bem guardado te esperando, te juro.
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