sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Dormiu?

Tenho andando na ponta dos pés para não acordar meus medos, escrever não me acalma mais e a paz que eu preciso, encontra-se muito longe daqui. Longe em todos os sentidos, literais ou não. Às vezes, me sinto fora da realidade e ando pela casa de madrugada, bebo minha água, já sinto os olhos arderem e vou para sacada acender um cigarro sem que ninguém me pergunte nada, sem que ninguém me olhe enquanto eu deixo as cinzas caírem no mesmo ritmo que minhas lágrimas e sem que ninguém me questione porquê eu tenho fumado, porquê eu tenho chorado. O silêncio da cidade me invade e eu observo os prédios enquanto um cigarro segue o outro e eu já começo a sentir minha típica falta de ar depois de tanto chorar. Se você estivesse aqui, já teria me dado um beijo na testa e me levado de volta para a cama. Mas nem ouso pensar em você porque eu sei, eu sei que você continua. Sempre em frente. Você continua com seus amigos, com seus bares, suas ruas e suas cervejas. E eu só queria que você parasse, parasse e voltasse para pegar na minha mão. Nem que fosse uma vez, uma única e última vez. Eu te implorava o que não se deve implorar a ninguém e eu sei que um dia você vai me odiar por tudo que eu fiz a nós. A sua dor foge inteiramente de você e se aloja em mim nessas noites vagas demais. Todos seus sentidos dormentes e eu completamente desperta. Sinto falta de conversar sobre o nosso amor, dormir serena e acordar desesperada no dia seguinte por ter te largado acordado sozinho. Agora você consegue dormir sem nem ao menos dar sinal de vida. E eu só te espero. A insônia não me deixa. E eu fico esperando. Esperando que a porta se abra ou que meu telefone toque. Mas não. Ainda não. Quem sabe depois.

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