Eles brigavam diariamente, mas não conseguiam ficar muito tempo sem o outro. Sempre que brigavam, juravam que iriam se afastar e que não se falariam mais… Nunca dava certo, obviamente. Eles iam atrás, se procuravam e se achavam. Ela suspirava aliviada e ele sorria vitorioso.
Até que chegou o momento em que ele a decepcionou. Depois de meses de brigas sem nexo que no fim arrancavam risadas, ele simplesmente a decepcionou. E aquele castelo que estava sendo construído na areia, foi levado por uma onda forte demais.
Só que eles se amavam, certo? Em teoria e em palavras, sim: eles se amavam. Apesar daquele sentimento de decepção, ela estava disposta a tentar reconstruir o castelo junto com o garoto que tinha a mágoa e o amor dela. O amor, aparentemente, infinito dela.
Aí eles combinaram e se deram as mãos. Começaram a mexer com a areia, começaram a lutar para que tudo voltasse ao normal. Mas sempre que eles tinham a ilusão de que estavam tendo algum progresso, as ondas incontroláveis derrubavam tudo e aquele pensamento que ela estava tentando afastar de sua mente, não sumia de jeito nenhum. Ela voltava, então, a sentir seu coração lotado de mágoa e ele nem imaginava que o estrago tinha sido tão grande. E voltavam para a estaca zero, jurando tentar novamente.
A situação havia se invertido então: antes, eles se esforçavam para se afastar, mas percebiam que era inútil. Naquele momento, eles estavam se esforçando para se reaproximar, mas estavam percebendo que era inútil.
Era um castelo de areia. E lá vai uma verdade sobre castelos de areia: quando destruídos, impossíveis de serem reerguidos. Infelizmente.
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