sábado, 17 de dezembro de 2011

Sem saída.

Não há mais salvação. As chances de retornar e pegar o caminho de volta se esgotaram. As chances de poder fechar os olhos sem te enxergar já se esgotaram. Até certo ponto, eu poderia fugir se eu quisesse. Eu não quis. Mas eu poderia sim, ter acenado de leve e corrido pra longe. Eu poderia, mas não quis porque eu tenho certo gosto pelo que me amedronta e você me amedrontou, logo de cara. Uma espécie de raio me atacou desde o primeiro momento e isso é inegável. Você derrubou as portas que eu havia trancado à sete chaves e nem me pediu permissão. Eu te olhava abismada e boquiaberta, mas você foi me invadindo mesmo assim.

Havia um impulso me empurrando para a saída de emergência, mas eu fui ficando, fui observando tudo cuidadosamente. Mas quando eu me descuidei por dois segundos só para te admirar no escuro, eu vi que era tarde demais. E algo dentro de mim murmurou que era pra esse rumo que meu destino apontava e que já não tinha volta. Saída de emergência? Não havia nenhuma mais e eu não queria que houvesse. Eu me desarmei para não te assustar, retirei dos bolsos aqueles papéis que ditavam regras e soube que nada daquilo serviria para nós. Somos únicos, eu tenho certeza. Não adianta ninguém vir sussurrar o que eu deveria fazer porque ninguém está nas nossas peles. Só eu e você sabemos de nós.

Não há mapa que nos ajude a chegar no tão sonhado final feliz, ninguém pode nos guiar. Por isso que eu seguro na sua mão dessa maneira, por isso que eu olho tão fixamente pra você, por isso que eu tento tanto te cuidar. Nós somos o destino e a viagem e eu não quero que você se perca, não suportaria te perder. Sou um pouco descuidada e sei bem que tropeçarei muito, mas sei que da mesma forma terei que te ajudar quando for sua vez de tropeçar. Eu nunca tive tanta disposição para acreditar em uma história como eu tenho para acreditar na nossa.

Mesmo com os olhos vermelhos depois de tanto chorar no telefone, eu sei bem da felicidade que só você me causa. Não pense que minhas lágrimas vão me afogar porque não vão. Mesmo murmurando neuroses e me mostrando frágil, eu sei da nossa força. Não pense que meus medos vão nos destruir porque não vão. Eu sei que se eu fecho os olhos, você vem. Eu sei que enquanto eu não puder ficar brincando com os dedos no seu ombro, eu tenho a sua voz. Não pense que com nossos silêncios eu vou deixar de te ouvir, porque eu não vou. Eu sei que enquanto eu não posso te cuidar da forma certa, eu posso te cuidar das minhas maneiras tortas. Você me salvou e eu não me importo que não tenha mais volta. Eu não quero outros caminhos porque neles eu não existiria completamente. Eu não quero outra vida porque sem você já não seria certo chamar de vida. Não pense que nossas tentativas de nos alcançarmos são inúteis porque eu tenho certeza que não são.

2 comentários:

rejane disse...

oie, adorei seu blog...se puder visitar o meu ou seguir ficaria muito agradecida...voando-em-sonhos.blogspot.com....abraços para ti...

Thaynara Ribeiro disse...

Minha flor, você escreve muito bem.
É presente uma intensidade enorme em seus textos. Que consegue nos colocar, meros leitores, como protagonista da história narrada.
Adorei! =)