segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Estrelas não existem só no céu.


De longe, dá pra te observar. Tranquila e sorridente. Se eu paro para te observar melhor, vejo um misto de criança bem ali no meio do seu olhar e eu tento entender que foi que aconteceu enquanto você nascia que te faz brilhar desse tanto. Brilho ofuscante. Brilho de estrela mesmo, sem exagero nenhum. Comparar você com uma estrela não tem sentido, visto que você é uma. Nunca vão saber explicar, nem sua mãe, nem seu pai e nem ninguém vão entender o que eu não entendo: que foi que aconteceu que fez essa menina brilhar tanto? Ninguém tem a resposta. Há especulações de que você caiu do céu, digo desse jeito bem brega e clichê, mas é o mais próximo da verdade.

Dá pra contar das brincadeiras, dá pra contar dos tombos que você tanto levava enquanto tentava se manter em pé nos patins, dá pra contar da sua mania de vender pipoca usando a bicicleta como carrinho aos seus oito anos. Dá pra te ver contar e recontar essa histórias deixando as lágrimas caírem depois de tanta risada. Dá pra ouvir qualquer história sua porque qualquer história sai em forma de riso. Dá pra ter reflexões sérias a respeito da vida, do ar, da rua, dos nossos pais. Dá pra te ver chorar de medo de escuro e te dar uma risada como consolo. Com você, dá pra fazer qualquer coisa. Dá pra aprender, dá pra ensinar.

Não deixa a vida te endurecer, não deixa ninguém te dizer o que fazer com seu caminho. Não deixa as pessoas se imporem e tentarem mandar nas suas decisões. Não deixa tentarem arrancar essa criança que tem no seu olhar. Não deixa tirarem seu sorriso constante. Não deixa. Junta seus patins, sobe pela escada, pega sua bicicleta e vende pipoca. Eu sei que pra uma estrela enfrentar esse mundo deve ser difícil, mas vai em frente. Sempre em frente. Ninguém tem o previlégio de guardar dentro da alma esse brilho todo que você guarda, mas eu tenho o previlégio de te acompanhar, de te entender e de te ver brilhar. Obrigada.

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