quarta-feira, 27 de abril de 2011

Para sua ex-paixão.

G.,

Você foi meu primeiro amor e é pra você que eu quero escrever; quando eu falo primeiro amor, eu quero dizer primeiro relacionamento e meu relacionamento mais duradouro até hoje. Já fazem quatro anos, cara, você tem noção do que são quatro anos? Quatro anos que eu te vi naquela festa e começou a enrolação de pensamentos. Quatro anos que eu estava lendo um livro qualquer na biblioteca da escola, você chegou, sentou ao meu lado, me levou para andar e nasceu um sentimento puro e verdadeiro depois de um beijo.

Eu sentia coisas inexplicáveis por você e talvez, você não tinha e nem tenha noção de tudo aquilo. Se eu tentava falar algo, minhas bochechas rosavam e eu não conseguia dizer nada. Mas cada segundo ao seu lado foi aproveitado e você me fez um bem imenso. Fosse por um beijo, uma mensagem, um telefonema, brincadeiras na webcam, telefonemas na madrugada, idas ao cinema, idas ao bar,  uma brincadeira, um abraço quando eu estava chorando, o roubo das suas blusas de frio só para ficar sentindo aquele seu perfume que me fazia bem.

Você esteve presente em um dos momentos mais difíceis da minha vida que foi a separação dos meus pais e isso é algo que me faz lembrar de você com um sorriso enorme no rosto porque na semana em que eu recebi a notícia e estava chorando muito no colégio, você viu aquilo e me olhou com um olhar reconfortante e por dez minutos me abraçou, me pedindo para não ficar daquele jeito e me dizendo para encontrar você depois da aula para a gente conversar. E nós conversamos e você me arrancou sorrisos - o que ninguém estava conseguindo.

É claro que você me fez sofrer depois daquela manhã de outubro em que você conversou comigo e no final disse um fica-bem e me deu um beijo na testa e ofereceu sua coca-cola. Eu chorei oceanos por pensar nas muitas coisas que nós estaríamos perdendo e nas que eu não poderia te oferecer mais, eu queria te pedir para ficar, mas a Tati Bernardi repetiu por meses para mim "mas-amor-não-se-pede" e eu só chorava em silêncio rezando para aquela dor passar e para que eu parasse de te amar tanto.

Hoje, me vendo bem mais amadurecida, eu vejo o tanto que eu te amei, vejo o tanto que eu sofri, mas sabe o que mais eu vejo? A imensidão de um carinho dentro de mim, uma sensação de eternidade. Nenhum disparar no coração quando eu te reencontro e trocamos algumas poucas palavras, nenhuma mão suando frio quando nós nos dizemos 'oi' ao nos esbarrarmos pelos corredores da faculdade, nada nada. É só uma certeza de te olhar e lembrar do meu primeiro grande amor, sorrir e pensar com bastante força: "eu espero que você esteja feliz". E eu te desejo, sim, do fundo do meu coração, toda a felicidade do mundo,

É isso,
daquela que um dia foi a Bubaix.

Sétima carta de 30.

3 comentários:

Carolina Rosseto disse...

lindo, lindo, lindo, lindo. *-------*

'eu chorei oceanos por pensar nas muitas coisas que nós estariamos perdendo e nas que eu não poderia te oferecer mais.'
Sonhos, planos, um futuro, um mundo, tudo aquilo em volta vai embora com aquele que virou as costas.
'mas-amor-não-se-pede'
é verdade. se conquista e se dá. mas o pedido de nada adianta. o coração não é um programa de computador que configuramos para amar. se fosse assim, programariamos também para des-amar.

Leio sempre seu blog, tão boom. *o*

LARISSA MIRANDA disse...

Ai linda, achei tão puro.
Beijão!

Lara Oliveira disse...

Enquanto lia essa carta ia vendo o amor de vocês, é tão real que dá até pra sentir e suspirar pedindo um assim também. Está ótimo esse player de música nas postagens, deixa tão mais gostoso de lê-las. Parabéns Paula, escreve bem demais!