Era inverno quase primavera, dia quatorze, a lua estava cheia em áries e estava marcado no calendário de destinos que o meu estava para mudar naquele dia. O seu também. Não imaginávamos, com certeza. Eu estava acostumada a falar sobre música com tantos estranhos, mas foi falando contigo daquela que fala sobre Sabrina no país das maravilhas que houve uma chacoalhada no cosmos e o universo parou para ver a gente se aproximando. Houveram dúvidas, há quem ainda não acredite e há quem nunca vai acreditar, mas o nosso encontro estava mais parecido com qualquer espécie de reencontro. Você não me era estranho, você se encaixou tão bem que eu tenho certeza que se existiram vidas passadas, de fato, nós já nos encontramos numas quinhentas anteriores a essa.
Desde então, seguimos sempre em frente um ao lado do outro. Mãos dadas nesse laço invisível e beijos depositados no canto da boca depois de serem jogados pelo vento todo começo de dia ou todo fim de noite. Nunca houve sorriso mais sincero. Nunca houve certeza maior, apesar da minha chuva de medos. Insisto em andar descalço ao seu redor para não acordar seus medos e insisto sempre em te olhar dormindo para me assegurar que seus pesadelos não te atormentam. Quero te dar a segurança que eu sei que sou capaz de te oferecer, quero manter nossos passos leves como eles são. Podemos ser intensos demais, mas não transparecemos porque a certeza nos mantêm nos eixos. A certeza não nos deixa quebrar, a certeza não nos tira dos trilhos.
Agora já é verão, a lua mudou dezesseis vezes e está cheia novamente por coincidência. Eu me encostei na janela por uns vinte minutos enquanto a chuva caia. Fiquei buscando no fundo da cabeça qualquer explicação e decidi que não somos dignos de explicação nenhuma. Até porque nada seria plausível o suficiente para englobar tanto sentimento e em meus breves anos de vida, eu aprendi que sentimento nenhum deve ser explicado. O que acontece com nós, não cabe no entendimento de ninguém — nem de nós dois. Algumas pessoas juram que estamos sempre prestes a cometer algum erro imperdoável e eu sorrio. Sorrio porque por mais que eu insista em te atormentar com minhas dúvidas, sempre me surge na cabeça aquela certeza que eu tanto falo: somos nós.
Agora já é verão, a lua mudou dezesseis vezes e está cheia novamente por coincidência. Eu me encostei na janela por uns vinte minutos enquanto a chuva caia. Fiquei buscando no fundo da cabeça qualquer explicação e decidi que não somos dignos de explicação nenhuma. Até porque nada seria plausível o suficiente para englobar tanto sentimento e em meus breves anos de vida, eu aprendi que sentimento nenhum deve ser explicado. O que acontece com nós, não cabe no entendimento de ninguém — nem de nós dois. Algumas pessoas juram que estamos sempre prestes a cometer algum erro imperdoável e eu sorrio. Sorrio porque por mais que eu insista em te atormentar com minhas dúvidas, sempre me surge na cabeça aquela certeza que eu tanto falo: somos nós.
Somos nós. Eu sou pra você e você é pra mim. Estamos só começando. Ainda há muitas mudanças de fases da lua pra gente presenciar. Ainda há muitas mudanças de estações pelo caminho. Ainda há muita vida minha para se misturar com a sua. E se existem vidas futuras, de fato, vamos nos encontrar numas quinhentas depois dessa.
"Não desistirei de nós
Mesmo se os céus ficarem violentos..."
Mesmo se os céus ficarem violentos..."
2 comentários:
Coisa linda esse texto. É seu Paula?
Muito muito obrigada! É meu sim.
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